Sempre ouvimos falar que consumir uma taça de vinho por dia faz bem à saúde. Mas será que é verdade?
Registros históricos mostram que o vinho é utilizado como remédio pelo homem há mais de 2.000 anos. Na Suméria, no Egito, na Grécia e na Roma antiga, a bebida já era vinculada à saúde e possuía função medicinal. Alguns tipos eram utilizados como energéticos, calmantes, antiinfecciosos, em tratamentos de asma, doenças de pele, constipação, indigestão e depressão.
O grego Hipócrates (450 a.C. a 370 a.C.), considerado um dos pais da medicina moderna, receitava o vinho como complemento nutricional, laxante, anti-séptico e diurético; contra febre e cicatrizante de feridas.
O vinculo entre vinho e saúde sempre acompanhou o homem, desde então. Nos anos 80 do século passado, a Organização Mundial da Saúde realizou em estudo epidemiológico, em todo o mundo, para compreender as relações entre a alimentação e as doenças cardiovasculares. A partir desse estudo criou-se uma importante constatação: os franceses, quando comparados aos demais europeus e aos americanos, eram mais sedentários, consumiam mais cigarros e ingeriam mais gorduras saturadas (manteiga, queijo, patê, entre outros); porém apresentavam menor índice de doenças cardiovasculares. Daí surgiu o termo “Paradoxo francês”. Segundo os pesquisadores isso ocorria devido ao alto consumo de vinhos tintos, ricos em polifenóis, que são antioxidantes eficazes na prevenção dessas doenças. Os estudos apontaram ainda que as populações mediterrâneas tinham menor índice de problemas no coração do que os habitantes do norte da Europa, associando ao fato o maior consumo de vinhos, peixes e azeite de oliva; em contraposição aos nórdicos, que consumiam mais cervejas, que não possuem as características antioxidantes dos vinhos.
A partir do “Paradoxo francês” a comunidade científica começou a estudar mais sobre os efeitos que a bebida traz para a saúde, especificamente, no que diz respeito às doenças cardiovasculares, à quimioprevenção de vários tipos de câncer, e mesmo a doenças hepáticas e senilidade.
Hoje sabemos que os vinhos, quando consumidos regularmente e de forma moderada:
- Equilibram a pressão arterial;
- Reduzem a formação de pedras nos rins;
- Reforçam o sistema neural, mitigando o aparecimento de doenças como Mal de Alzheimer e Mal de Parkinson;
- Auxiliam na digestão, pois aumenta a produção de suco gástrico, estimula a vesícula e melhora a digestão do carboidrato;
- São anticoagulantes, auxiliando na prevenção de tromboses, pela ação anti-trombótica, antioxidante e inibidora da agregação de plaqueta;
- Bloqueiam reações com radicais livres que dão início ao processo de envelhecimento dos tecidos do corpo humano, assim como o aparecimento de diferentes formas de câncer;
- Aumentam os níveis de HDL (colesterol bom) e inibem a oxidação de LDL (colesterol ruim) nas artérias, auxiliando na prevenção de aterosclerose, infarto, arritmia e derrame.
A bebida apresenta diversos benefícios para a saúde, graças à presença de resveratrol* em sua composição, um forte antioxidante que está presente na casca e sementes das uvas. Há ainda outros polifenóis, como os taninos, as cumarinas, os flavonoides e os ácidos fenólicos, que atuam como antioxidantes e contribuem para a saúde dos consumidores.
O vinho também contém algumas vitaminas, como a:
biotina
ácido pantotênico
niacina
tiamina
ácido ascórbico
Bebidas alcoólicas não são recomendadas para quem sofre de transtornos no aparelho digestivo, tais como úlceras, ou para quem possui hipertensão, distúrbios no pâncreas ou no fígado.
* Em vinhos provenientes de uvas tintas, as quantidades de resveratrol que aparecem são maiores do que nos vinhos brancos e rosados, pois esta substância é encontrada na casca das uvas tintas.